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segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Que país é esse?

Vamos ver quem é que entende:
Existir outro Brasil, parecido com esse aqui.
Onde a história é diferente.
Narrada por outra gente, paralela a essa daqui.
Eu que vim só pra assistir, acabei incomodado.
Como pode existir duas histórias pra um estado.
Fui na escola pra aprender a lição e o ditado.
Sai de lá sem saber, fui muito mal informado.
Ou o cidadão tem que ter o faro bem apurado,
Ou a pátria sempre foi um sentimento abstrato.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Vide Bula

As discussões sobre a legalização ou descriminalização da maconha, hoje tão curiosamente presentes nas mais diversas esferas sociais, tiveram seu inicio (assim creio) no exato momento em que esta foi proibida, numa atitude taxativa, antidemocrática e talvez até segregadora. Mas, saber por que a maconha foi proibida não responde por que ela continua o sendo. Para pensar essa questão é preciso adotar um senso critico destituído de pessoalidade, até mesmo porque, da outra maneira nossos políticos já o fizeram.

A análise racional da proibição e/ou legalização da maconha dispensa assim critérios subjetivos ditados por preconceitos culturais, juízos de valores, estereótipos clichês, respostas fáceis, novelas globais e, principalmente, dogmas religiosos (afinal, não podemos nos deixar influenciar pela alegação de que a erva é do diabo, se não houve nem mesmo flagrante apreensão). Além do mais, é preciso lembrar que toda teorização sobre o tema parte da visão de mundo incompleta de quem vive o presente - onde a maconha é proibida, onde a demanda não diminui, onde o mercado ilegal supre sua oferta, onde a violência dá suporte ao tráfico, onde a policia presta um desserviço ao cidadão, onde um ganha e outro perde -, não podendo haver contanto consenso cientifico que auxilie completamente a tomada de decisão, e sim, a mera sugestão de cenários hipotéticos.

Parece muito barulho por nada, mas a verdade é que os tempos mudaram, tanto pra quem é contra quanto pra quem é a favor de mudanças. No âmbito sócio tecnológico, a democratização do conhecimento possibilitou a dissecação de temas antes tabus e a interação multimídia inventou o cidadão proativo. Em consequência dessas mudanças, paradigmas já tradicionalmente contestados ganham a urgência e intensidade do virtual. A civilização, num sentido de ordem evolutiva, busca agora, através dos meios possíveis, a resolução dos males sociais criados por politicas públicas equivocadas, numa, porque não dizer, terapia das politicas públicas passadas.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Síntese

Só agora me dou conta. Nietzsche já sabia e ainda fazia questão de ressaltar, mas ninguém ligava, ele era um homem à frente de seu tempo. Os poetas também sabiam, mais faziam mistério, quando perguntados des-versavam, alegavam a competência dos seus versos e prosas à lúdica inspiração. Que nada. À sapiência melodiosa dos pequenos pensamentos, eis aí o segredo, da música de Bob Dylan ao aforismo de Nietzsche. Síntese. É preciso dizer em sete linhas o que o maior sábio do mundo diz em sete livros. Ao acadêmico que idolatra a ciência falta o poder da síntese.

sábado, 23 de outubro de 2010

Os urubus só pensam em te comer

No Brasil e também na maioria dos outros países supostamente democráticos existe a chamada massa de manobra, expressão sintética imensurável, porém muito útil na manutenção da ordem pública, pois consiste na determinação ou orientação em nível inconsciente de suas escolhas, de maneira que você realmente não possa distinguir com total clareza falsas ideologias de pressupostos naturais e por fim acabe se unindo de bom grado ao establishment, visto que a maneira mais fácil de pensar sempre foi a que já vem pronta.
Acredite ou não o “povo no poder” é mais uma peça no teatro das marionetes, para que o espetáculo ocorra é preciso orquestra, talvez até platéia. Para acreditar que o povo realmente funciona enquanto unidade, sem o desastre da partilha, é preciso fé cega. A gente imagina igualdade e bem comum, mas como bem disse George Orwell, somos “todos iguais, mas uns mais iguais que outros”. É a utopia dos tempos futuros que mantêm as coisas no lugar, a imagem de progresso nas antenas de TV. De certo que quem apóia o ventriloquia também sonha um dia ser ventríloquo. Assim vão as coisas indeléveis.
A massa de manobra não pode ser distinta com clareza, você não sabe quem faz parte dela ou se você mesmo em algum momento já não fez, quiçá agora enquanto lê esse texto? É por isso que devemos entender a massa de manobra no coletivo, dela fazem parte todos e ninguém. Ao contrário do que dizem esses que se põem a pensar pelo povo, mas que na verdade só estão pensando em si mesmos, não é o contexto de classes que favorece essa determinação ou orientação social (pelo menos não é só isso), é uma série de fatores interligados e aparentemente independentes. Não estou falando de populismo, muito pelo contrário, falo do que está por de trás da cortina. A conquista do poder, o poder, tudo se resume a poder.
Se a melhor síntese a os nossos tempos for outra, temei. Se esse texto for apenas paranóico, então eu me dou ao direito de sê-lo.