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sábado, 23 de outubro de 2010

Os urubus só pensam em te comer

No Brasil e também na maioria dos outros países supostamente democráticos existe a chamada massa de manobra, expressão sintética imensurável, porém muito útil na manutenção da ordem pública, pois consiste na determinação ou orientação em nível inconsciente de suas escolhas, de maneira que você realmente não possa distinguir com total clareza falsas ideologias de pressupostos naturais e por fim acabe se unindo de bom grado ao establishment, visto que a maneira mais fácil de pensar sempre foi a que já vem pronta.
Acredite ou não o “povo no poder” é mais uma peça no teatro das marionetes, para que o espetáculo ocorra é preciso orquestra, talvez até platéia. Para acreditar que o povo realmente funciona enquanto unidade, sem o desastre da partilha, é preciso fé cega. A gente imagina igualdade e bem comum, mas como bem disse George Orwell, somos “todos iguais, mas uns mais iguais que outros”. É a utopia dos tempos futuros que mantêm as coisas no lugar, a imagem de progresso nas antenas de TV. De certo que quem apóia o ventriloquia também sonha um dia ser ventríloquo. Assim vão as coisas indeléveis.
A massa de manobra não pode ser distinta com clareza, você não sabe quem faz parte dela ou se você mesmo em algum momento já não fez, quiçá agora enquanto lê esse texto? É por isso que devemos entender a massa de manobra no coletivo, dela fazem parte todos e ninguém. Ao contrário do que dizem esses que se põem a pensar pelo povo, mas que na verdade só estão pensando em si mesmos, não é o contexto de classes que favorece essa determinação ou orientação social (pelo menos não é só isso), é uma série de fatores interligados e aparentemente independentes. Não estou falando de populismo, muito pelo contrário, falo do que está por de trás da cortina. A conquista do poder, o poder, tudo se resume a poder.
Se a melhor síntese a os nossos tempos for outra, temei. Se esse texto for apenas paranóico, então eu me dou ao direito de sê-lo.

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