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sexta-feira, 17 de abril de 2015

Eterno retorno

falo que é como é
e se der
dá no pé
se não der
quando vê
dá no mesmo
falo a esmo
mas falo mesmo
o mesmo termo
mas falo sério
levo sempre o mesmo terno
do mesmo enterro
pro cemitério

quarta-feira, 8 de abril de 2015

Entropia



Quem dera fosse samba pra descer o morro
Quem dera fosse grama pra cobrir o asfalto
Quem dera fosse água pra matar a cede
Quem dera fossem todos a pensar às vezes
Quem dera meses, quisera teres
Mas são haveres de mais...
Pra veres paz; não leia jornais.
não ligue os canais da televisão,
não tenha noção, tome essa canção
e mais uma paixão que lhe cai tão bem, meu bem.

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Raiz Quadrada



aos vinte e cinco
sinto
faz mais sentido
pensar o pior
ouvir belchior
aos vinte e cinco
sigo
já sei de cór
tudo que sei
vou esquecer
que só 
somos pó

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Quando Jerry Seinfeld encontra Douglas Adams

Aonde estamos?
Pra onde vamos?
Como iremos chegar?
De onde viemos?
O que faremos?
Onde iremos almoçar?
O restaurante no fim do mundo serve em qualquer lugar.

Isso para mim sempre foi um eterno absurdo
Muitos bem melhores que eu e eu melhor do que muitos
Só que eu nunca julgo ninguém, por que um de nós sempre erra
Vou conservando um pouco em bens e outro pouco em erva

sábado, 1 de junho de 2013

Escolhas

Você se prepara para dizer a alguém:
pois é tal pessoa, acho que não vai dar,
ao que tudo indica, por mais que tu insista que sim.
Você se prepara para improvisar:
pois é tal pessoa, não vai dar pra ficar,
que depois, pra nós dois, já é tarde demais.
Até mais.
Mas...
você erra o texto,
fala tudo ao contrário,
quando acerta o encontro,
erra o dia e o horário,
e o salário?
está sempre atrasado de vez, todo mês.

sábado, 27 de abril de 2013

Humano, demasiado humano

Eu quero paz
O tempo traz
É preciso crer
É preciso ser humano demais
Eu quero mais
Mais que viver demais
Mais que olhar e ver
Pra sempre ter
A cara do meu pai
E não perder jamais
Meu cais
Vida que vens e vais
Não me deixe pra trás
Que te esperar sem paz
É humano demais

sexta-feira, 22 de março de 2013

A verdade e um copo d’água



como é difícil ater-se a razão
se a própria forma deforma a forma do pão
então, sei não...
pra que formar-se de informação?
bem mais me serve essa inspiração
ao menos serve pra uma canção
quando reflete tamanha emoção
e que não passa de outra ilusão
pois sim, pois não

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

A calmaria que precede...

Parecia estrambótica
Parecia alegórica
Parecia alergia e
Saía por aí
Parecia saber onde ir
Parecia assistir tempo passar
Parecia não se assustar
Parecia respirar
E expirar
Parecia lar
Parecia amar
Parecia um bom lugar

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

A vida como ela é...


A vida como ela é... é linda
A vida como ela é... é linda
É vivida sofrida, sobrevivida
Rei mago pra quê que serve a mirra?
Poeta de que lhe serve a rima?
Se a vida como ela é, é linda
Linda como a mulher da vida

Ê, vida boa ê
Massa pra viver
E cantar
Ê, faça como eu
Que quero aprender
Pra contar...

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Diário de uma aventura mística


Texto escrito pelo caro amigo Lucas Loch, vulgo Bob.
É uma honra poder ler e contar com sua colaboração.


Então tá, vou contar pela última vez essa hi/estória para os vivos: Fomos, Arlindo, Rogério, Sivuca, um lagarto que encontramos no caminho e eu, com o objetivo de realizar experiências místicas na Índia. Saímos do Paquistão porque lá tava chato pra caralho, e a ideia era atravessar o norte da Índia, porque o Arlindo queria comprar umas coisinhas na China primeiro, antes de aventurar-se afú pelo sul da Índia e encontrar não-sei-o-quê-lá. Mas morríamos de sede e era impossível caminhar por mais uma noite com todas aquelas pesadas bugigangas nas costas, que o Arlindo fez questão se trazer, enfim. Quando o sol já rachava o meu corpo como um estilete enferrujado, ouvia-se, bem baixinho, uma voz dizendo:

- “Oh, let the sun beat down upon my face. Stars to fill my dream. I am a traveler of both time and space. To be where I have been...”

- CARAMBOLAS-ASSASSINAS-VOADORAS!!! O lagarto sabe cantar - Exclamei suavemente, já envolvido pela leveza da música que parecia nuvens a nos carregar gentilmente.

- "To sit with elders of the gentle race. This world has seldom seen. They talk of days for which they sit and wait.When all will be revealed."

Era difícil acreditar no que víamos, um lagarto aparentemente inútil que decidiu nos seguir, precipitávamos por um possível jantar. No entanto agora ele apronta essa.

- Ah, que delícia, ha-ha-ua-ha-u-ia, eu to flutuando, dizia Rogério, rindo entusiasticamente. Pudera, aquilo era tão suave que fazia cócegas, e apesar de eu não entender bulhufas de inglês, tudo fazia sentido. Talvez porque flutávamos, sei lá.

- "Talk and song from tongues of lilting grace. Whose sounds caress my ear. But not a word I heard could I relate. The story was quite clear Oh, oh, oh, oh" PLUF-CRACK-SPLUFT! Uma bota tamanho 46 estribucha o bichinho. Arlindo era o único de nós que não se deixou levar pela anti-gravitação-cósmica-espiritual-lagartiana, com fones de ouvido potentes entalados na cabeça estava, infelizmente, imune àquele delírio paradisíaco. Sivuca quase teve um orgasmo, pobrezinho.

De repente o lagarto reage, balbuciando suas últimas palavras, mas ainda tentando cantarolar: - “All I see turns to brown as the sun burns the ground. And my eyes fill with sand. As I scan this wasted land trying to find. Trying to find where I've been." E Morreu.

O efeito anti-gravitacional-cósmico-espiritual-lagartiano falhou abruptamente. Caímos de bunda no chão, menos o Sivuca, que não sei porque foi caindo de vagarinho, nem se machucou.

- Porra - gritamos em coro, Rogério e eu, Sivuca ainda estava suspirando.

- Quê foi? - perguntou Arlindo enquanto tirava os fones de ouvido.

- Você pisou na lagarta cara, que merda! - esbravejou Rogério indignado com tudo aquilo.

- Mas a gente não ia matar esse bicho de qualquer jeito?

Decidimos então nem contar a ele o que acontecera naquela cena lancinante para não piorar ainda mais as coisas, o Sivuca não concordou nem discordou, não falou nada. Então seguimos. A jornada era duríssima, a coisa ia de mal a pior, porque além do cheiro que o cadáver do lagarto produzia ser horrível, vinha com isto uma saudade daquela canção que nos alegrou naquele momento.

Caía a noite e já ouvíamos alguns tambores ao longe. Eram nativos e não era conveniente encontrá-los a noite, nem ser encontrados por eles. Fincamos estacas e acampamos ali mesmo, para na manhã seguinte estudar a possibilidade de fazer contato ou não. Feito a fogueira e comidos todos os biscoitos que o Arlindo nos fizera carregar, decidimos dar cabo no bichinho. Espetamos o lagarto e colocamos na fogueira, Rogério ainda não sabia se ia comer a carne do bicho cantor. Eu preparava a carne com todo o pesar do universo e Sivuca engolia um ranho de choro contido, mas preferia nem falar nada.

Eis que, sem mais nem menos, as chamas da fogueira ardiam como se estivessem vivas e lambiam o cadáver ferozmente. Como não havia água, sugeri que mijássemos no fogo para não tostar toda a carne. Rogério foi radicalmente contra aquela falta de respeito com o lagarto. Arlindo foi o primeiro a botar o pau pra fora, já o Sivuca não falou nada.

Mas quanto mais mijávamos, mais fortes as labaredas ficavam. A fumaça colorida que saia da carne incendiada dançava "espiralmente", envolvendo-se em si mesma, até tomar uma forma semi-humana.

- Blasfemos, urinando em minhas vestes carnais, mas que porcos desprezíveis, imundos e ridículos que vós sois. Eu definitivamente não acredito que são estes os escolhidos de minha mãe para as vocações tão gloriosas que irão desempenhar - disse aquele vulto que, pouco a pouco, ia tornando-se claro como a sua voz.

- Mas afinal quem é esse? perguntávamos uns aos outros, com exceção do Sivuca, que não falava nada.

- Eu sou o início - esbravejou a entidade fumaçante.

- Mas como assim velho? - indaguei pexplexo.

- Eu sou o fim! - respondeu prontamente.

- Ele tá de sacanagem, essa bichona estranha ai - desdenhou Arlindo acendendo um cigarro soberbamente.

- Eu sou o indivisível, o real e o irreal, sou o "indenominável", o oni.

- Oni?

- É, oni-tudo.

- Hum, não entendi nada mas por mim - disse o Arlindo.

- Ele é Deus, não ta vendo anta? - tasquei.

- É, sou mesmo e daí? Ninguém é perfeito.

- É que eu pensei que fosse bem diferente - disse Arlindo em ar de deboche.

- Todo mundo pensa, barba, manto e blá-blá-blá, mas não é para isso que vim aqui para este deserto, o que eu vim fazer aqui na verdade foi...

- Peraí, a sua voz...

- O que tem a minha voz?

- Desculpe interromper, mas eu conheço a sua voz, você não é o...o...

- Sim, é a voz do Jim Morrison.

- Uau, então você foi ele? - ingenuamente indaguei.

- Não, não, eu só peguei a voz dele pra mim depois que eu lev, quer dizer, depois que ele se partiu, foi bom para pegar as garotas por um certo tempo sabe, mas isso não vem ao caso, o que importa é que ...

- Tá mas só mais uma coisinha, essa roupa, esse cabelo e esse “zig-zag” vermelho não é do???

- É, é Stardust sim, mas também não tenho nenhuma relação com ele, não me venha com teorias conspiratórias, eu me visto assim pra me sentir melhor ok!? Mas o que me interessa é que, háááá! Ah, até que enfim não interromperam minha preciosa fala. E o velhinho ali, o ancião, não quer perguntar nada também? Afinal, i am god, fuck!

Mas Sivuca não disse nada.

- Tudo bem, enfim posso pelo menos ter agora a tão aguardada oportunidade para poder conjugar os esforços necessários para inteiramente informá-los de que... bom, ã que... Puts eu esqueci.

- Como assim você esqueceu, tá doido?

- Ah esqueci caralho, vocês não paravam de indagar coisas idiotas e eu esqueci o que tinha pra dizer. Poxa vocês já são 7 bilhões, eu sou só um...

- Se não me engano tinha algo a ver com a sua mãe, lembra... Sua mãe?! Como assim?? - pirei.

- Pra mim já era, fodam-se vocês, são muito manés mesmo, eu vou me embora, perderam plays. Fui.

E se foi embora, Deus, caminhando apressadamente, irado. Ele só conseguia pensar em uma coisa enquanto tirava o tapa-olho:

- Ufa, quase me entreguei.

Já a facção mundana parecia ter superado a questão, incrédulos ou não, pareciam não ter entendido que aquela era a experiência tal, para aos quais foram devidamente arrastados ao deserto pelos seus destinos. E rindo fomos, boçais, cantando hinos de virtude a procura da graça em áridas terras. O Arlindo continuou sendo o autor de diversas cagadas, já o Sivuca, bom, o Sivuca não disse nada.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Final

Às vezes o mar é difícil, artifício de água e sal
Às vezes amar é o inicio de um sentimento desigual
Às vezes a dor é um vicio, como é o ofício de todo casal
Às vezes o amor é um mito de um armistício mundial
Às vezes amar é difícil,  como é o inicio de todo casal
Às vezes o amor é o vicio de um sentimento artificial

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Insegurança

O quê que foi, hein? Que você tem bem?
Conta pra mim vai ou nem me fale mais.
Quero saber, sim? Por que está assim?
Longe de mim e perto do fim, dí?

O que você tiver ou que você quiser.
Quero resposta, tá? Para pergunta, tá?
Pois você é assim importante pra mim.
Quero saber enfim, se ainda sou sua mi?

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Sestia

A louça é posta e exposta
flores de decoração
dona do sol e da lua
e dessa canção

Fui chutando tantas pedras
que até quebrei o dedão
mas te encontrei na gambeta
do meu coração

Rainha das frases soltas
e dos gestos de amém
faço te este poema
igual outro não tem

Quero ficar a teu lado
pra te pedir opinião
e me deitar em teu colo
e buscar redenção

sexta-feira, 27 de julho de 2012

"Maria, Joana, todo mundo tinha"

Meu nome é joana
fumo marihuana
se caso eu for em cana é por achar
que a vida é uma façanha
que junta gente estranha
que precisa de grana pra gastar
com carro ou com cama
com sarro ou com samba
com tango ou com tanque militar
eu bebo toda fanta
eu canto todo mantra
mas não quero ser santa no altar
eu quero ser do arco
mas nunca ser o alvo
melhor então ser pedra a rolar
no giro eu arraso
no rastro eu arrasto
e às quatro e vinte saio a pensar
melhor rir de besteira
é andar de bobeira
é ficar em casa sem cansar
faltar o compromisso
ao ócio do ofício
usar mil artifícios pra encontrar
quem tiver a manha
quem tiver a ganja
quem tiver um fino pra fumar

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Transmutação



A vida é demais pra quem quer mais do mesmo
O tempo passou e nos lançou a esmo
Eu sou o que sou e sempre sou eu mesmo
Às vezes demais, às vezes de menos

Queria ser paz, queria ser paisagem
Queria ser cais, queria ser miragem

Quem quer sempre mais acaba sendo menos
Eu sou o que sou e nunca sou o mesmo

sábado, 14 de julho de 2012

Soneto dualista

Quero o carinho de quem pede bis
ou de quem torce por final feliz.
Bem diferente daquele que diz
que só se importa com o seu nariz.

Quero a alegria de quem acha graça
e que pra rir não precisa de nada.
Bem diferente daquele que acha
que um sorriso é coisa sagrada.

Quero a coragem de quem se envolve
nas causas nobres que ninguém promove.
Bem diferente daquele que finge
que se preocupa com o nariz da esfinge.

Quero a animosidade de quem ama e desconhece o mundo.
Bem diferente daquele que grita que conhece e odeia tudo.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Absticência*

Mesmo que eu possa me esquecer e a policia reprender
eu não quero nem saber, quero um beck acender
Mas se alguém me perguntar se estou bem, não, não estou
acabou a minha erva, nenhuma ponta ficou
Chame a turma lá do bairro e a do centro também
no meio de tanta gente um que salve sempre tem
Por que agora eu me lembro e me lembro muito bem
quem já viajou na mente não esquece o embalo do trem
Só não peça pra eu parar, guarde a reza e diga amém
prefiro os olhos vermelhos, se esse for o preço pra viver tão bem

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Sequência

estou tão longe, do lado de fora
tanto que agora já não tem mais vez
quis desistir de tudo, contemplar o mundo e fugi com Inês
mas que meu nome nunca se desgaste
nem se desidrate na boca de alguém
eu juro faria de tudo e aceitarei teu luto para nosso bem

por que a beleza tem seu preço
e querida faz tempo que acabou o mês
e eu fiquei desempregado, de bolso furado, devendo pra três
Inês foi embora com Beto e já estará por certo no colo de alguém
mas é pra não te ver chorando
que estou implorando pra voltar meu bem

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Poema do passo em falso


 
O paralelepípedo parado
Não se esquiva a multidão.
Nem se esquiva a paralela
Que lhe prende ao chão.

Quero ser como tu, que ao pisar percebo,
Sem pesar a dor e a suportar o peso.