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sexta-feira, 27 de março de 2009

All along the watchtower


A relevância de Alan Moore para nona arte é indiscutível, inegável. Tudo que o cara fez e faz elevam os quadrinhos a níveis de alta literatura. É até bobagem dele ficar dizendo por aí que escreve para adolescentes, tá certo que não precisa ser super inteligente, mas a leitura de uma obra sua só pode ser completamente apreciada quando acompanhada de uma, ainda que breve, bagagem cultural. São os nuances de seus quadrinhos que os tornam tão especiais.
Mas o problema é que agora Mr. Moore entrou no hall dos artistas intocáveis. E eu, pessoalmente, não vejo isso como uma vantagem, agora tudo que o cara toca – quase que obrigatoriamente – vira ouro. Ou seja, ele está sempre certo e é um risco duvidar disso, então, esse novo projeto dele por exemplo, um livro sobre Tarô para alheios, vai ser um sucesso, pois se você não gostar é porque não entendeu. É assim. Mas eu não estou dizendo que o livro vai ser ruim ou algo do tipo, longe de mim, aliás acredito que vai ser muito interessante. Só quero mostrar que esse fanatismo cego por parte dos leitores e o medo do fogo por parte da critica especializada são coisas muito perigosas que podem levar um artista ao fundo do poço. Deve ser broxante escrever para um bando de bajuladores. Coisas muito parecidas e portanto bons exemplos para ilustrar o que digo existem aos montes no mundo da música, provavelmente pela maior publicidade desse negócio. Você sabe, são aquelas bandas que fizeram sucesso no passado e agora viraram piada velha. Quer exemplo? Rolling Stones.
E o velho Moore entende isso muito bem, afinal, ele é o orgulho de Northampton. Fanatismo é sinônimo de ignorância. Não se pode gostar indistintamente, irracionalmente de um gibi só por que ele foi escrito pelo mesmo cara que criou Watchmen ou seja lá quem for. As pessoas precisam de opinião critica ou viverão eternamente essa mesmice manipulada, as vezes por si mesmas. Você entende onde quero chegar?
Eu estou escrevendo esse texto na tentativa frustrada de entender uma entrevista dada por Moore, que obviamente não soltou uma sequer silaba impensadamente. E é bem verdade que eu posso estar apenas vendo coisas, mas pra mim tudo se resume a um subjetivo “Abram os olhos!”.

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