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quinta-feira, 22 de maio de 2008

Conversa de cinéfilo - Parte 02

Irreversível: Esse polêmico filme francês é uma experiência e tanto. Os seus primeiros 30 minutos são únicos, te deixam simplesmente hipnotizado.
Violência urbana é um tema infinito, mas a qualidade do filme não se deve ao roteiro e sim a sua execução, este é um filme altamente intimista, as suas tomadas são claustrofóbicas e a direção uma verdadeira vertigem de cores e sombras, isso é claro sem falar nas cenas de violência propriamente dita.
O filme narra, de trás para frente, a história de uma vingança. A primeira seqüência mostra dois amigos desesperados, Marcus (Vincent Cassel) e Pierre (Albert Dupontel), saindo pelo submundo de Paris à procura do homem que teria estuprado e espancado Alex (Monica Bellucci), a atual namorada de Marcus e ex-namorada de Pierre. Em seguida, a narrativa volta passo a passo no tempo para mostrar como Marcus e Pierre descobriram o nome do autor do crime, recuando até o próprio estupro e os eventos que o antecederam.
O que não me agradou foi essa história do filme começar no fim e terminar no começo, isso funciona genialmente em filmes como Amnésia que a cada capitulo retrocedido revela um novo ingrediente na história, mas não é isso que acontece em Irreversível que após os já citados primeiros 30 minutos esfria completamente, afinal, você já sabe o que vai acontecer. É como reler um livro, você apenas associa melhor os atos e suas conseqüências irreversíveis, nada mais. Aconselho a todos que gostam de experimentar coisas novas sem temer seus efeitos colaterais.

Magnólia: Belo filme, bela história e belas interpretações. Eu tenho certeza que esse filme não vai passar, ele simplesmente deixa sua marca. É uma espécie de: não leve a vida muito a sério, afinal você não vai sair vivo dela. Ele mexe com sua percepção, joga com o sentido da existência. Nós e nossos grãos de areia. Não aconselho para pessoas depressivas, esse não é um filme fácil.

*Em San Fernando Valley, Califórnia, nove pessoas terão suas vidas interligadas através de "O Que as Crianças Sabem", um programa de televisão ao vivo que existe há vários anos, onde um grupo de três crianças desafia três adultos. O atual grupo de crianças está indo para a oitava semana e, com isso, faltarão apenas mais duas para elas quebrarem o recorde do programa. Se conseguirem o feito ganharão uma alta soma, neste time vencedor está Stanley Spector (Jeremy Blackman), um garoto prodígio que é quem realmente faz a diferença, mas ele está começando a ficar cansado disto, pois entre outras coisas está sendo usado pelo pai (Michael Bowen) para ganhar dinheiro. O programa é comandado por Jimmy Gator (Philip Baker Hall), um veterano da televisão que vai morrer de câncer, mas não está em estado terminal. Por coincidência Earl Partridge (Jason Robards), o produtor do programa, também está morrendo de câncer no cérebro e pulmão, mas este sim tem os dias contados. Earl é marido de Linda Partridge (Julianne Moore), que se casou com ele pelo seu dinheiro, mas agora está desesperada, pois descobriu que ama o marido. Earl tem um enfermeiro particular, Phil Parma (Philip Seymour Hoffman), que lhe dá toda a atenção como profissional e como amigo. Earl pede a Phil que entre em contato com Frank T.J. Mackey (Tom Cruise), que cresceu odiando Earl e agora dá um seminário para solteiros, onde ensina técnicas para seduzir uma mulher. O motivo da raiva de Frank é que Earl abandonou sua primeira esposa, e mãe de Frank, após vinte e três anos de casados, quando esta estava com câncer, e deixou Frank com apenas quatorze anos para cuidar da mãe até a morte dela. Desta época em diante os dois nunca mais se falaram, mas Phil tenta localizar Frank de qualquer jeito para avisar que seu pai está morrendo. Coincidentemente Jimmy Gator tem uma filha, Claudia Wilson Gator (Melora Waters), que também não fala com o pai, pois o acusa de tê-la molestado sexualmente. Claudia é viciada em crack e Jim Kurring (John C. Reilly), um policial, vai à casa de Claudia após sido recebido uma queixa de som muito alto no apartamento dela. Jim se apaixona imediatamente por ela, que sente-se atraída e ao mesmo tempo insegura de manter esta relação. Há ainda Donnie Smith (William H. Macy), que em 1968 estabeleceu o recorde de "O Que as Crianças Sabem", mas quando ficou adulto se tornou um patético fracassado, que recentemente foi despedido e busca desesperadamente a felicidade.

Essa sinopse lhe pareceu grande? É apenas um panorama, a ponta do iceberg. Aliás, sinopses em certos filmes são tão superficiais, em Magnólia uma sinopse é totalmente descartável, nada é o suficiente. E se muita é pouco então esqueça isso.
A abertura do filme é um curta inesperado do que estava por vir. Ela não tem nenhuma relação de parentesco, cronologia ou mesmo estilo com o filme “principal”, mas trata do mesmo assunto: Coincidências. Em Magnólia tudo é coincidência, e isso só faz sentido quando não existem metas, nem sentido, só ilusões.
O elenco da um show, mas isso não surpreende, são todos atores estrelares com um currículo e tanto. Bem, na verdade um deles me surpreendeu, Tom Cruise que é um ator – na minha amistosa opinião – superestimado, entrega uma interpretação talentosa, inicialmente tão excêntrica que diverte – o que já merece seu mérito – mas quando lentamente cai a mascara da excentricidade, mudando nossa percepção sobre o personagem, é que ele se mostra merecedor de elogios por fazer essa passagem sem nenhum estereótipo.
Agora o que mais me impressionou: A chuva de sapos (ou seriam rãs) no final do filme, o que foi aquilo? Eu não entendi porra nenhuma, mas cinematograficamente falando: Adorei, ousadamente surreal. Sei lá, deve existir um sentido em tanta coincidência.

*Nota: Esta “pequena” sinopse foi descaradamente copiada do site Adoro Cinema.


OBS.: O cataplético Rogério Altamir faz gestão ambiental não biologia, por tanto não sabe se a tal chuva era de sapo ou de rã, mas espera ansioso o dia em que choverá vinho tinto.

Desbravadores: A idéia era boa e embora os contras eu resolvi assistir a esse filme, o resultado infelizmente não foi diferente do que já haviam me prevenido. São 100 minutos de esteriótipos, falta de criatividade, falta de talento e de inteligência. Mas com eu disse, a idéia era boa.
Uma criança viking se torna a única sobrevivente de um naufrágio, depois que seu clã nórdico de saqueadores, em busca de escravos, ataca uma aldeia de nativos americanos da costa. Criado pelos índios, ele passa a fazer parte da tribo como se fosse uma das crianças indígenas. Ao crescer sua vila é mais uma vez ameaçada pelos vikings, o que faz com que ele tenha que lutar contra seu próprio povo.
Profissionais competentes a frente do projeto poderiam ter criado coisa melhor que um misto mal feito de Apocalypto e 300. O roteiro mais parece aqueles filmes antigos italianos em que a história era feita na hora, improvisada de maneira a dar ênfase as cenas de ação. O problema (ou mais um dos vários problemas) é que as cenas de ação também não funcionam.
As interpretações são medonhas, o protagonista é uma espécie de Rambo no pior sentido da palavra. Acrescente os índios e vikings fajutos e você tem um filme esplendidamente ruim.
A fotografia é a ovelha negra dessa lama, se algumas pessoas gostaram do filme, o mérito é exclusivamente da sombria fotografia que disfarça e camufla superficialmente os defeitos do filme.Enfim, não gostei. Tem cineasta que acha que qualquer cabeça decepada já é o suficiente pra sustentar um filme.

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